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  • Mente Saudável

Habilidades sociais e o comportamento alimentar dos pacientes bariátricos.

Por

Mércia Rejane dos Santos Silveira Soares

e Luís Augusto de Carvalho Mendes

RESUMO

Dentre os tratamentos que a medicina aponta para a obesidade, as cirurgias bariátricas são as mais indicadas. Assim, o presente estudo objetivou investigar as habilidades sociais e o comportamento alimentar de pacientes pós-bariátricos. A pesquisa foi de natureza quantitativa, por apontar numericamente a frequência e a intensidade dos comportamentos dos pacientes bariátricos. Contou-se com a participação de 30 sujeitos adultos pós-bariátricos. Foi utilizado como instrumentos de coleta de dados um questionário biossociodemográfico, um instrumento sobre hábitos alimentares e o Inventário de Habilidades Sociais. Após a aplicação, foi construído um banco de dados a partir da digitação dos dados, com prévia codificação de respostas, utilizando o Software SPSS, versão 15.Os achados mostraram que as reuniões temáticas e a prática de atividades físicas apresentaram os melhores resultados no geral. Quanto ao acompanhamento psicoterápico e nutricional, os resultados não tiveram uma diferença positiva em todos os critérios, porém mostram uma tendência de melhoria nos processos de perda e manutenção do peso. Defende-se ainda que a pesquisa respondeu aos objetivos propostos, especificamente as estratégias terapêuticas a serem adotadas; e o treino de habilidades sociais, como ferramenta eficaz para a adoção de uma postura correta dos pós-bariátricos frente ao seu cotidiano e os seus hábitos alimentares. Por fim, o estudo agregou informações para ampliar as discussões acerca da cirurgia bariátrica, a importância das habilidades sociais e o controle dos hábitos alimentares, contribuindo na prevenção do reganho de peso.


PALAVRAS-CHAVE: Bariátricos; Habilidades Sociais; Comportamento Alimentar; Grupos; Psicoterapia.


ABSTRACT

Among the treatments that medicine suggests for obesity, bariatric surgeries are the most indicated. Therefore, the present research’s goal is to investigate postbariatric patients’ social skills and dietary behavior. The research was made with quantitative character, indicating numerically the frequency and the intensity of postbariatric patients’ behavior. It was counted on the participation of 30 postbariatric adults. A biosocial and demographic questionnaire, a tool about dietary behavior and the Social Skills Inventory (Inventário de Habilidades Sociais) were used as data collectors instruments. After the application, a database was made with the digitation of the used data, with previous codification, using the SPSS software, in its version 15. The findings showed that thematic reunions and physical activity had the best results in general. As regards psychotherapeutical and dietary monitoring, the results did not show a positive difference in all criteria, however they pointed to an improvement in the weight loss and maintenance process. Furthermore, the research answered the proposed goal, specifically the therapeutical strategies to be adopted; the social skills training as a effective tool for the adoption of a correct stance by the postbariatric people with regards to their dietary. Lastly, the study added information to expand discussions regarding bariatric surgery; the significance of social skills and dietary control, adding to the prevention of weight regain.

Keywords: Bariatric people; Social Skills; Dietary; Groups; Psychotherapy.


INTRODUÇÃO

Na sociedade moderna, vários são os problemas considerados de saúde pública, os quais vêm causando mortalidade em altos índices, entre eles a quantidade de doenças associadas à obesidade tem sido muito discutida, particularmente no que diz respeito à mortalidade (NUNES, 2006). Estudos populacionais longitudinais realizados por Flegalet al. (2006) informam que só nos Estados Unidos a obesidade causa a morte de 112 mil pessoas por ano.

A obesidade aparece como uma das doenças que mais leva a óbito, e este índice tem aumentado ano após ano, sendo apontada como importante condição que predispõe à maior taxa de portadores e mortalidade com prevalência elevada praticamente em todos os países desenvolvidos, com raras exceções, bem como nos países em desenvolvimento. “No Brasil, se registrou um aumento na prevalência de obesidade entre as décadas de 70 e 90 que predominou na região Nordeste e nas faixas da população de menor poder aquisitivo” (NUNES, 2006, p. 254).


A obesidade com grande frequência está relacionada às doenças como a dislipidemia, diabetes, hipertensão e hipertrofia ventricular esquerda, conhecidos fatores de risco coronariano (NUNES, 2006). Para certa parcela da população obesa, as tentativas de mudanças no estilo de vida culminam em fracassos recorrentes, particularmente nos casos mais graves onde o índice de massa corporal (IMC) atinge valores superiores a 40. As modificações do padrão alimentar e estabelecimento de atividade física regular podem ser práticas impossíveis de se implementar em longo prazo.

Para a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBCBM (2010), nestes obesos, os inúmeros tratamentos e a oscilação ponderal, além do potencial genético, agravam o quadro clínico. A partir da morbidade associada à obesidade grau III (hipertensão arterial, artropatias, dislipidemias, diabetes, disfunções respiratórias, etc.) surgiu o termo “obesidade mórbida”, que deve ser abandonado. São inúmeros os tratamentos para o controle da obesidade: tratamento nutricional, atividade física, tratamento farmacológico, tratamento psicológico e tratamento cirúrgico (NUNES, 2006).


O desequilíbrio emocional aliado à falta de qualidade de vida provoca a busca por parte do obeso por tratamentos mais eficientes. Surgem as cirurgias bariátricas como possibilidades para atender as demandas da pessoa obesa. Segundo SBCBM (2010), do ponto de vista nutricional, os pacientes submetidos à gastroplastia redutora deverão ser acompanhados, com o objetivo de receberem orientações específicas para a elaboração de uma dieta qualitativamente adequada. A adesão ao tratamento deverá ser avaliada, uma vez que pacientes instáveis psicologicamente podem recorrer a preparações de alta densidade calórica, de baixa qualidade nutricional, colocando em risco o sucesso da intervenção em longo prazo.


Para qualquer tipo de tratamento da obesidade, do mais simples ao mais radical, a dieta estará envolvida e serão necessários suporte multiprofissional (endocrinologista, gastroenterologista, psicólogo, profissional de educação física, nutricionista, fonoaudiólogo, etc.) e a participação efetiva do paciente, para garantir um bom nível de adesão e o sucesso terapêutico, na busca da garantia por parte do paciente de sua qualidade de vida e saúde. Não existe uma fórmula mágica ou um medicamento capaz de fornecer resultados satisfatórios e em longo prazo sem uma mudança completa dos hábitos do paciente (NUNES, 2006).


São significativas as mudanças sofridas na vida da sociedade, especificamente na alimentação a partir da globalização. A doença da obesidade tem se alastrado em todos os segmentos sociais e em diversos países. Anteriormente, a preocupação tinha seu foco na subnutrição e na fome; atualmente, o foco mudou para a obesidade e suas consequências para a manutenção da vida (NUNES, 2006).

Para o Hospital Alemão Hoswaldo Cruz – HAHC (2016), atualmente o percentual de pessoas obesas superou o percentual de pessoas subnutridas, fato que ocorreu pela primeira vez na história da humanidade.


A obesidade é caracterizada pelo acúmulo de gordura, que aumenta a massa corpórea, assim, o peso fica acima do ideal. O estado patológico provoca uma predisposição maior a doenças, tais como: problemas de coração, diabetes, sem contar que pessoas obesas têm uma expectativa de vida menor do que um indivíduo de peso normal (HAHC, 2016). A literatura mostra o crescimento do índice de obesidade na maioria dos países desenvolvidos. Isto tem reflexo no crescimento preocupante dos casos de diabetes tipo 2, a qual causa problemas de saúde do sistema cardiovascular, renal e da visão (NUNES, 2006).


Aumentos na frequência de câncer de cólon, reto e próstata tem sido observado em homens obesos enquanto a obesidade em mulheres se associa à maior frequência de câncer de vesícula, endométrio e mamas. Além disso, a obesidade predispõe a outras condições mórbidas tais como colelitíase, esteatose hepática, osteoartrite, osteoartrose, apneia obstrutiva do sono, alterações da ventilação pulmonar, alterações dos ciclos menstruais e redução da fertilidade, condições estas que experimentam melhora com a redução de peso (HAHC, 2016).


Pacientes considerados obesos, conciliando o tratamento clínico, com mudanças nos hábitos de vida, nos costumes alimentares, na prática de atividades físicas e uso de medicações com acompanhamento médico, têm como certeza de resultados a perda de peso e a manutenção do peso ideal. Os pacientes bariátricos, por sua vez, têm excelentes resultados na perda de pesos e no controle das doenças associadas à obesidade, como a hipertensão e a diabetes (NUNES, 2016).

Aqueles pacientes portadores de obesidade grau 3 têm indicação cirúrgica após tentativas de tratamento clínico e comportamental sem a necessidade da presença de doenças associadas. Já aqueles pacientes que tem IMC abaixo de 35, porém e não têm doenças associadas devem, sem dúvidas, tentar o tratamento clínico antes, com chances de conseguir resultados razoáveis (HAHC, 2016).


No caso dos pacientes bariátricos, são inúmeros os motivos que contribuem e/ou levam a ocorrência do reganho de peso, desde o estilo de vida aos hábitos alimentares, por essa trilha perpassa as habilidades sociais. O cuidado após a cirurgia bariátrica é fundamental. Até o organismo se acostumar a sua nova realidade, pode haver um aumento no peso (FRANÇA et al, 2012).

Quanto às questões psicológicas associadas à obesidade, pode-se destacar a eficiência das relações interpessoais, acreditando-se que as pessoas com sobrepeso podem, pelas restrições associadas, apresentar precariedade nas habilidades sociais. Os hábitos alimentares estão relacionados à habilidade de dizer não ou sim de modo assertivo que contribua com a manutenção ou redução de peso das pessoas obesas.


A partir desse cenário, a presente pesquisa teve como objetivo principal investigar as habilidades sociais e o comportamento alimentar de pacientes bariátricos. Acredita-se que o trabalho foi de grande relevância para ampliar as discussões acerca da cirurgia bariátrica e sobre a importância das habilidades sociais para pacientes bariátricos, contribuindo na prevenção do reganho de peso. De forma específica, buscou-se conhecer os hábitos alimentares e estilo de vida dos pacientes; investigar o repertório de habilidades sociais dos pacientes; e identificar as classes de Habilidades Sociais que apresentam mais prejuízo entre os pacientes que ganharam peso.


1 OBESIDADE

A obesidade é um dos mais sérios problemas de saúde mundial. Doença epidêmica, crônica, multifatorial, dispendiosa, de alto risco e que afeta milhões de pessoas, sem respeitar fronteiras, idade, sexo, raça ou condição financeira. A obesidade pode ser conceituada como um aumento de massa de gordura no corpo, em forma de triglicérides, devido a um balanço energético positivo ou, ainda como consequência do abuso de alimentos sem propósito nutricional. Assim, o corpo fica com um excesso de peso que difere dos padrões médios para altura, idade e sexo (GAYOSO et al., 1999).

De acordo com Ades e Kerbauy(2003, p.3), a “obesidade é uma condição complexa, de origem fisiológica, psicológica, social e situacional”. Pinheiro et al. (2004), aponta a obesidade enquanto doença multifatorial e destacam, também, a influência de fatores ambientais e genéticos em sua gênese.


O peso corporal de um indivíduo corresponde ao somatório de todos os componentes de cada nível de sua composição corporal. Os termos sobrepeso e obesidade, muitas vezes utilizados como sinônimos são, tecnicamente, diferentes. Enquanto sobrepeso significa um aumento exclusivamente de massa corporal, obesidade representa excesso de adiposidade em sua composição (CUPPARI, 2014).

As relações peso-estatura-índice de massa muscular, apresentam grande precisão, pois, ao utilizar padronizações adequadas, suas medições oferecem baixa margem de erro. O IMC é uma forma útil e muito prática de avaliar a obesidade, calculado pela razão entre a massa (kg) de um indivíduo e sua estatura (m) ao quadrado (CUPPARI, 2014).


A Organização Mundial de Saúde - OMS (2012), aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no mundo poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.


As pesquisas referentes ao aumento da obesidade no mundo, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo- SBCBM (2010), apontam que um em cada oito adultos é obeso, número que mais do que duplicou desde 1975 e que deve aumentar para um em cada cinco até 2025. O trabalho, considerado um dos mais abrangentes feitos até agora, teve como base dados de cerca de 19 milhões de pessoas com 18 anos ou mais, residentes em 186 países.


O censo demográfico social realizado pelo IBGE, entre os anos de 2008/2009, já apontava no Brasil um crescimento considerável da obesidade. Alguns levantamentos assinalam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, estaria em torno de 15% (NUNES, 2016).

A SBCBM (2016) afirma que no Brasil a porcentagem de obesos atinge 11% da população adulta, número bastante superior de subnutridos, que é de 4%. As principais causas da obesidade é o alto consumo de alimentos não saudáveis, sedentarismo e consumo de alimentos industrializados. O pilar para o tratamento clínico da obesidade, visando à busca de uma qualidade de vida, através da redução de peso e a manutenção do peso ideal são as mudanças no estilo de vida, principalmente no que se refere aos hábitos alimentares.


A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO (2009) aponta que são diversas as orientações e os tratamentos para a redução e/ou manutenção do peso. Porém, a mais adotada cientificamente é a dieta, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física. O paciente consome alimentos que possuem calorias na quantidade possível de serem gastas durante a atividade física praticada. Os tratamentos para redução de peso em que o paciente é levado a adotar dieta muito pobre em calorias, em sua maioria, são considerados de difícil manutenção a longo prazo.

Para o Hospital Alemão Hoswaldo Cruz - HAHC (2016), ressalta-se a importância de considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em queima de calorias e que exercício é uma atividade física planejada, estruturada e sistematizada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico. O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos estão: a diminuição do apetite; o aumento da ação da insulina; a melhora do perfil de gorduras e a melhora da sensação de bem-estar e autoestima.


O paciente deve ser orientado a realizar exercícios constantemente, de modo sistemático e permanente, de no mínimo 30 minutos e no máximo de 40 minutos, ao menos 3 vezes por semana, começando pelos exercícios leves, até alcançar os moderados. Estes exercícios, em sua maioria, necessitarão da orientação de um educador físico, em um ambiente adequado, sendo que, na maioria das vezes, as simples caminhadas rotineiras já promove grandes benefícios, estando incluída no que se denomina “mudança do estilo e qualidade de vida” do paciente (ABESO, 2016, p. 3).

Outra possibilidade de tratamento para a obesidade são os remédios farmacológicos. Porém, as medicações liberadas para uso ainda são escassas no Brasil. Essa opção é para pacientes que mesmo aderindo uma dieta de calorias compatíveis com atividade física praticada e a mudança do estilo de vida não conseguem eliminar/ou reduzir o peso (NUNES, 2006).


Existem tratamentos com medicações que auxiliam no controle da ansiedade e do hábito de comer sem necessariamente estar com fome, como alguns antidepressivos. A indicação da melhor medicação para ser utilizada no tratamento da obesidade quando necessária varia de paciente para paciente dependendo das características individuais e da dificuldade de se adaptar à dieta planejada. As cirurgias bariátricas e metabólicas têm sido cada vez mais indicadas para o tratamento da obesidade e de suas comorbidades (HAHC, 2016).


Os pacientes obesos, aderindo ao tratamento clínico, com mudanças no estilo de vida, nos hábitos alimentares, a prática de atividades físicas e com uso de medicações com acompanhamento médico, têm maior garantia de perda de peso e a manutenção do peso ideal. Já os pacientes bariátricos têm excelentes resultados na perda de pesos e no controle das doenças associadas a obesidade, como a hipertensão e a diabetes.

Pacientes acometidos por obesidade grau 3 têm indicação cirúrgica após cessar todas as possibilidades de tratamento clínico e comportamental, mesmo sem apresentarem comorbidades. Já aqueles pacientes que tem IMC abaixo de 35, que não têm doenças associadas devem, sem dúvidas, tentar o tratamento clínico antes, com grandes chances de alcançar resultados consideráveis. (HAHC, 2016)


Segundo a Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (FANDINO, 2004), a obesidade grau 3 é uma doença crônica, de etiologia multifatorial, que acarreta prejuízos importantes à saúde do indivíduo. Devido a sua gravidade e difícil manejo clínico, novas estratégias de tratamento têm sido propostas, dentre as quais se destaca a cirurgia bariátrica. O tratamento clínico é escolha em pacientes com sobrepeso e obesidade leve (IMC entre 30-34,9 Kg/m²). Hoje está estabelecido que o tratamento cirúrgico esteja indicado em pacientes definidos com obesidade moderada (IMC > 35 Kg/m²) que tenham comorbidades como apneia do sono, hipertensão, diabetes mellitus, dislipidemia, artropatias ou aqueles pacientes com IMC > 40 Kg/m² independentemente de haver comorbidades ou não.


Isso porque já foi evidenciado que existe um risco muito maior do paciente morrer por complicações clínicas relacionadas à obesidade do que morrer com a realização da cirurgia e os benefícios que ela traz. A mortalidade por cirurgia bariátrica laparoscópica em 2009 foi 0,3%. Estudos vão ainda mais longe demonstrando que o risco de morte em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica é 35% menor do que aqueles que seguem tentando realizar somente tratamento clínico com IMC > 35 Kg/m² com comorbidades ou IMC>40 Kg/m² (REVISTA DE PSIQUIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL, 2004).


2 CIRURGIAS BARIÁTRICAS

A cirurgia bariátrica é um procedimento médico invasivo, para que haja redução da ingestão alimentar e/ou absorção dos alimentos pelo organismo, e tem como finalidade tratar pacientes com obesidade mórbida (grau 3). As cirurgias são classificadas como restritivas e/ou disabsortivas (CUPPARI, 2014).


De acordo com Rezende (2011), as cirurgias utilizadas para o tratamento da obesidade grau 3, podem ser classificadas em restritivas, disabsortivas e mistas (restritivas disabsortivas). As cirurgias bariátricas podem ser do tipo: Gastroplastia vertical com bandagem; Banda gástrica; Cirurgia de Capella; Bypassbiliopancreático parcial com gastrectomia; e o Marca-passo gástrico. Os resultados esperados com a cirurgia bariátrica incluem perda de peso, redução das comorbidades relacionadas à obesidade e a qualidade de vida (CUPPARI, 2014).


A técnica mais conhecida e estudada é a chamada Cirurgia de Bypass em Y de Roux. A cirurgia inicia com uma videolaparoscopia. Na sequência, os procedimentos são idênticos. O estômago, que tem capacidade para cerca de dois litros é seccionado com um grampeador cirúrgico de maneira a se obter um novo estômago com capacidade para apenas 15-30ml. Uma alça intestinal é anastomosada ao novo estômago para permitir a saída e a absorção dos alimentos que é chamada anastomose gastrojejunal. O funcionamento da cirurgia é através da restrição da ingestão de alimentos, e em menor parte por disabsorção, uma vez que cerca de 150 cm de intestino delgado são desviados (técnica mista - predominantemente restritiva (ABCD, 2017).

Antes de realizar efetivamente a cirurgia bariátrica, o paciente é submetido a uma série de avaliações que envolvem diferentes profissionais (equipe multidisciplinar), além do gastroenterologista, como: nutricionista, cirurgião cardiologista, psiquiatra e psicólogo. Neste sentido, o psicólogo terá um papel fundamental na avaliação das condições emocionais do paciente para passar por este processo, levando em conta ainda todas as mudanças que ele enfrentará no pós-operatório (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DO PARANÁ - CRP 08/ PR, 2015).


Devemos entender que o paciente que chega ao momento de uma cirurgia bariátrica já traz consigo um histórico relacionado à obesidade, provavelmente envolvendo tentativas de emagrecimento, às vezes frustradas, dificuldades em seu cotidiano ligadas ao excesso de peso, possíveis doenças associadas, pressão social, entre outros fatores. Tudo isso envolve certo estresse, acompanhado de expectativas e ansiedade pela realização de um procedimento cirúrgico e também frente às mudanças idealizadas pelo paciente após esta intervenção (CRP 08/ PR, 2015).


Assim, para o CRP 08/ PR (2015), o trabalho do Psicólogo na avaliação deste paciente se inicia e deve considerar certos fatores: História clínica do paciente: estilo de vida, hábitos, comportamentos, relacionamentos, sentimentos, pensamentos, atividades; Investigar sobre início da obesidade: quais são os padrões familiares, como o paciente lida com a doença, quais e quantas foram as tentativas para emagrecer, qual a influência e os prejuízos da obesidade em sua rotina, quais os casos de obesidade na família, como está sua autoestima e sua imagem corporal, estado de humor, qualidade de sono, vida social e profissional, quais as suas expectativas e idealizações quanto ao procedimento cirúrgico; Verificar a existência de compulsões, crises de ansiedade, fantasias acerca do emagrecimento, possível existência de algum transtorno alimentar, níveis de estresse, ansiedade, depressão; capacidade do enfrentamento de estresse e tensão, além de outros aspectos psicossociais que possam comprometer os resultados; verificar a possível presença de transtornos mais graves que possam inviabilizar o procedimento cirúrgico; e, investigar a disponibilidade do paciente para mudanças de hábitos e padrões de vida permanentes após a realização da cirurgia, como: mudanças na alimentação, práticas regulares de exercícios físicos e demais alterações que se façam necessárias em cada caso.


Além disso, o trabalho do Psicólogonão se limita apenas a avaliação pré-operatória, já que, quando for necessário, o paciente poderá ser encaminhado para um acompanhamento anterior à cirurgia, podendo ser estendido até o pós-operatório, o que é tão importante quanto a avaliação por si só. No caso do paciente que realiza o acompanhamento psicológico posterior à cirurgia bariátrica, o atendimento será voltado ao processo de adaptação que se iniciará nesta fase, considerando as mudanças no estilo de vida e na alimentação, como já foi dito. E ainda deve-se considerar também certa mudança nos relacionamentos sociais, familiares, profissionais, na autoimagem, na compreensão sobre si mesmo, nas expectativas que o paciente deposita sobre si e sobre seu futuro, dentre outras demandas que podem eventualmente surgir nesta fase (CRP 08/ PR, 2015).


3 A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Com a chegada do desenvolvimento tecnológico, ocorreu o aumento da produção alimentícia, e, consequentemente propiciou acessibilidade maior aos alimentos. Além disso, as indústrias a cada ano têm variado a produção quanto aos tipos de alimentos, cada vez mais atrativos à visão e ao paladar, porém nem sempre saudáveis.

Os transtornos alimentares caracterizam-se por comportamentos inadequados no consumo e no padrão alimentar, bem como por crenças distorcidas sobre alimentação, que, em conjunto, ocasionam uma piora grave na qualidade nutricional. Assim, propõe-se uma etiologia multifatorial, em que questões socioculturais, diferenças étnicas, aspectos familiares e genéticos e alterações da neurotransmissão cerebral têm grande importância para o desencadeamento, a manutenção e a perpetuação dos sintomas alimentares (GORENSTEIN, 2016).


Referindo-se às questões socioculturais, a Revista Psicologia Brasil(Monteiro, 2005) acrescenta que os costumes de uma determinada sociedade – inclusive em relação à ética publicitária e mercadológica que rege a comercialização de alimentos – influenciam fortemente a manutenção de hábitos alimentares, saudáveis ou não.

Gorenstein (2016) defende que a ingestão de alimentos nos seres humanos apresenta um padrão episódico. Comemos em determinados períodos do dia, obedecendo a intervalos de tempo até nos sentirmos saciados. Depois, passamos algum tempo sem buscar alimentos e, então, um novo ciclo se inicia, até o momento do próximo episódio alimentar. Comemos não apenas para satisfazer nosso apetite, mas também por estimulação sensorial, contato social, redução de tensões, entre outras causas.

Atualmente, os principais hábitos alimentares consistem em comer demais fora dos horários adequados para as refeições, aumentando o número de pessoas com excesso de peso ou cumpre critérios para a obesidade (BARLOW, 2016).


4 HABILIDADES SOCIAIS

Um dos aspectos mais importantes como desencadeadores da vontade de comer refere-se aos fatores emocionais e situacionais: ansiedade, angústias, preocupação, solidão, tensão/estresse, raiva e tristezas (SOUZA et al., 2015). Estudos sinalizam para a importância da relação emoção e alimentação em pessoas obesas. Por exemplo, Heller e Kerbauy (2000)relatam em um estudo com pacientes de baixa renda, que eles relacionavam a ingestão de alimentos a emoções particularmente desagradáveis.

Stuart (1999) aponta a ansiedade, a depressão, o tédio e a raiva como emoções que desencadeiam um ciclo vicioso de tensão/comer mais tensão/mais comer. Dentre os aspectos psicológicos associados à obesidade pode-se destacar a qualidade das relações interpessoais, supondo-se que as pessoas com sobrepeso podem, pelas restrições associadas, possuir déficit em habilidades sociais.


Habilidades sociais é uma capacidade complexa para emitir comportamentos ou padrões de resposta que aperfeiçoem a influência interpessoal e a resistência à influência social não desejada, enquanto, ao mesmo tempo, aperfeiçoem os ganhos e minimizem as perdas na relação com o outro e mantenham a própria integridade e sensação de domínio (CABALLO, 2003).


Considerando a dificuldade de exercitar a recusa em gerale de recusar alimentos, em particular, uma hipótese pertinente seria que as pessoas obesas podem apresentar déficit de habilidades assertivas, entendendo-se estas como habilidades de enfrentamento de adversos, defesa de direitos, expressão de sentimentos negativos e discordância (DEL PRETTE Z. A. e DEL PRETTE A., 2003). O treino de habilidades surge como possibilidade de aperfeiçoar os comportamentos habilidosos das pessoas que são diagnosticadas obesas. Como as habilidades de autocontrole e expressividade emocional: reconhecer e nomear as emoções próprias e dos outros; falar sobre emoções e sentimentos; expressar emoções positivas e negativas; acalmar-se, lidar com os próprios sentimentos, controlar o próprio humor; lidar com sentimentos negativos; tolerar frustrações; e mostrar espírito esportivo (DEL PRETTE Z. A. e DEL PRETTE A., 2003).


Existem ainda as habilidades assertivas, que estão ligadas a expressar sentimentos negativos; falar sobre as próprias qualidades e defeitos; concordar e discordar de opiniões; fazer e recusar pedidos; lidar com críticas e gozações; negociar interesses conflitantes; defender os próprios direitos; resistir à pressão de pessoas; pedir mudança de comportamento (DEL PRETTE Z. A. e DEL PRETTE A., 2003).

Outras habilidades necessárias são as de solução de problemas interpessoais, como entender os problemas como acontecimentos naturais; pensar antes de tomar decisão; entender que em sua maioria os problemas têm solução; assumir responsabilidade pelos problemas; e agir dentro do que é legal e socialmente aceitável (Del Prette Z. A. e Del Prette A, 2003).


De acordo com Simeão et al. (2016) os estudos em habilidades sociais mostram que elas contribuem para o desenvolvimento saudável e protegem o indivíduo de desfechos desfavoráveis. Daí a importância de um bom repertório de habilidades sociais. Segundo Cordial (2008), o desenvolvimento das habilidades sociais favorece a modificação da qualidade das relações interpessoais, o aumento da autoestima e o desenvolvimento de crenças de autoeficácia, ou seja, o paciente pode atuar de forma eficaz nos diversos contextos interpessoais.


O desenvolvimento de habilidades pode ser uma estratégia de prevenção e tratamento de vários quadros psicopatológicos, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida e funcionamento social dos grupos (SIMEÃO; RODRIGUES, 2016).

A partir do referencial acima, foi analisada a relação entre as habilidades sociais e sua influência no ganho de peso em pacientes bariátricos com reganho de peso, conforme apresentado na metodologia abaixo.


5 MÉTODO

5.1 DELINEAMENTO

A pesquisa foi de natureza quantitativa, por apontar numericamente a frequência e a intensidade dos comportamentos dos pacientes bariátricos; com objetivo descritivo, portanto, não têm o intuito de obter números como resultados definitivos, mas insightsque possam indicar o caminho para tomada de decisão correta sobre uma questão-problema (PRODANOV, 2013) e com o uso de procedimentos correlacionais.


5.2 AMOSTRA

A pesquisa contou com 30 sujeitos adultos. Como critério de inclusão, os participantes deveriam ter idade superior a 18 anos, ter passado pelo procedimento bariátrico, podendo ser de ambos os sexos, escolarizados, todos com domicílio no estado da Paraíba. Foram excluídos participantes que não tivessem feito a cirurgia bariátrica ou que faziam parte de grupos especiais como índios, idosos, pessoas com alguma deficiência cognitiva que prejudicasse o entendimento do instrumento da pesquisa, assim como menores de idade. Como foi realizada na cidade de João Pessoa, a pesquisa foi de um gasto mínimo, o qual foi assumido pelos próprios pesquisadores.


5.3 INSTRUMENTOS

Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados, o Questionário Biosociodemográfico, um instrumento sobre hábitos alimentares e o Inventário de Habilidades Sociais.


Utilizou-se um questionário Biosociodemográfico, elaborado pelos próprios pesquisadores, em que buscou conhecer: sexo, idade, escolaridade, raça, estado civil, profissão, renda familiar, autoclassificação familiar e ocupação atual dos sujeitos da pesquisa. Depois, foi realizado um questionário estruturado, também elaborado pelos pesquisadores, com questões, que serviram para conhecer informações sobre: tempo de cirurgia, peso, altura, medidas, realização de atividades físicas, acompanhamento nutricional e psicoterápico; além de saber da participação em reuniões e grupos temáticos para bariátricos e os motivos que eles atribuem ao reganho de peso.


O instrumento de hábitos alimentares foi utilizado para buscar informações sobre a experiência dos pacientes bariátricos pós-cirurgia, seus hábitos e costumes alimentares. Para coletar essas informações o instrumento foi organizado em bons hábitos alimentares (exemplo: como devagar, de forma consciente, para reduzir o quanto como) e maus hábitos alimentares (exemplo: tenho o hábito de comer assistindo a TV, lendo ou olhando o celular).


Já a avaliação das habilidades sociais requer a utilização de instrumentos de medida válidos e fidedignos, que sejam capazes de medir adequadamente estas habilidades, com o objetivo de adquirir conhecimento sobre o repertório dos sujeitos ou para avaliar os efeitos de programas de treinamento (BELLACK, 1983; LANGE, JAKUBOWSKI, 1976).

Um dos instrumentos de medida mais frequentemente utilizado para avaliar as habilidades sociais, principalmente no caso de uma clientela não-clínica, consiste no autorelato sob forma de questionários e inventários. Por ser de fácil aplicação, é considerado um instrumento ideal para ser utilizado em pesquisas de levantamentos amplos (surveys). Além disso, permite cobrir um grande número de situações e comportamentos e facilita a determinação de um padrão normativo em ampla escala. Entretanto, os inventários de avaliação das habilidades sociais, atualmente disponíveis na literatura desta área, também foram construídos em outros contextos culturais e temos informações limitadas acerca de suas qualidades psicométricas (DEL PRETTE; DEL PRETTE; BARRETO, 1998).


O Inventário de habilidades Sociais (IHS-Del-Prette) foi desenvolvido para aferir os repertórios de habilidades sociais usualmente requeridas em situações interpessoais cotidianas. A aferição é feita com base na estimativa que o respondente faz sobre a frequência com que reage da forma indicada em cada item, considerando o total de vezes em que se encontrou naquela situação. Foi testado e validado em vários estudos e disponibilizado por Del Prette e Del Prette (2001).


O IHS-Del-Del-Prette é composto de 38(trinta e oito) itens, organizados em cinco fatores. Enfrentamento e autoafirmação com riscos; Autoafirmação na expressão de afeto positivo; Conversação e desenvoltura social; Autoexposição a desconhecidos e situações novas; e Autocontrole da agressividade em situações aversivas (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001).


O fator 1, Enfrentamento com risco, reúne itens que retratam situações interpessoais em que a demanda de reação ao interlocutor caracteriza-se principalmente pela afirmação e defesa de direitos e de autoestima, com risco potencial de reação indesejável (possibilidade de rejeição, de réplica ou de oposição) por parte do interlocutor. Relacionando-se à estrutura conceitual das habilidades sociais, pode-se considerar que o fator 1 reflete, principalmente, o conceito de assertividade. O fator 2, Autoafirmação na expressão de afeto positivo, retrata demandas interpessoais de expressão de afeto positivo e de afirmação da autoestima, com riscos mínimos de reação indesejável. O fator 3, Conservação e desenvoltura social, retrata situações sociais neutras (em termos de afeto positivo ou negativo) de aproximação com risco mínimo de reação indesejável, demandando, principalmente, “traquejo social” na conversação, o que supõe conhecimento das normas de relacionamento cotidiano.O fator 4,Auto exposição a desconhecidos ou a situações novas, inclui basicamente itens de situações que envolvem a abordagem a pessoas desconhecidas. O fator 5, Autocontrole da agressividade a situação aversivas do interlocutor, demanda controle da raiva e da agressividade (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001).


A aplicação dos instrumentos se deu de forma individual, sendo o questionário no formato auto aplicativo, com a presença do pesquisador responsável pelo estudo, que esteve incumbido de esclarecer todas as dúvidas que surgiram no decorrer da aplicação.


5.4 PROCEDIMENTO ÉTICO

A participação da pesquisa foi de natureza voluntária e os procedimentos de garantia de confidencialidade dos dados foram descritos para os participantes e o consentimento foi obtido pelos investigadores por meio da assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que constará nos instrumentos aplicados na coleta dos dados.


Para a realização da pesquisa, esse projeto foi submetido à análise e aprovação do Comitê de Ética. Assim, a mesma foi realizada de acordo com a lei 466/12 e a lei 510/16 do Conselho Nacional de Saúde, recebendo o certificado de apreciação CAAE: 96809318.3.0000.5185.


Após a aplicação, foi construído um banco de dados a partir da digitação dos dados quantitativos, com prévia codificação de respostas, utilizando o Software SPSS for Windows – versão 15. Os dados foram analisados através de estatísticas descritivas e inferenciais.


6 RESULTADOS

Entre os 30 bariátricos sujeitos da pesquisa, 21 (70%) foram do sexo feminino e nove (30%) do sexo masculino. Com idade média de 39 anos (dp = 10,0). Quanto ao estado civil, nove (30%) se disseram solteiros, 18 (60%) eram casados e 3 (10%) divorciados. Quanto à análise da classe social dos sujeitos da pesquisa 1 (3%) se auto classificou como pertencente à classe alta, 20 (67%) à classe média e três (30%) à classe baixa. Quanto ao nível de escolaridade, 1 (3%) declarou ter o ensino fundamental; 15 (50%) o ensino médio completo; 10 (33%) o superior completo e 4 (14%) pós-graduação.

Uma análise da Tabela 1 (Anexo 01), que apresenta as diferenças entre participar ou não de atividades, aponta a baixa adesão às reuniões temáticas para pós-bariátricos, pois apenas 9 (29%) dos sujeitos participam dos eventos. Esse comportamento se repete quanto à adesão ao acompanhamento nutricional, em que aparecem 8 (27%), e na prática de atividade física, com 10 (33%) praticantes.


Analisando as informações encontradas na Tabela 1 e considerando as diferenças entre participantes ou não das atividades de participação em Reuniões Temáticas, Psicoterapias, Nutrição e Atividades Físicas, percebeu-se que, de forma geral, as reuniões temáticas foram as que mostraram melhor desempenho nos itens de perda e controle do peso.


A diferença do Índice de Massa Corporal - IMC, para os que participam das reuniões (m = 18,08; dp = 12,04) foi maior do que as pessoas que não participam (m = 13,68; dp =5,43), indicando que os participantes foram mais eficientes em termos de diminuição do IMC. O mesmo padrão pode ser encontrado na diferença do peso, em que (m = 50,33; dp = 34,80) foi maior do que as pessoas que não participam (m = 38,95; dp = 15,29), apontando que os sujeitos que participam das reuniões temáticas apresentam maior diferença de peso, ou seja, houve maior perda.


O Índice de Massa Corporal - IMC atual (m = 28,80; dp = 6,80) e o peso atual (m = 80,67; dp = 22,77), respectivamente, mostram que os participantes que conseguem manter ou reduzir o seu IMC e peso são os que participam das reuniões temáticas, quando comparado com os que não participam (m = 30,44; dp = 4,18) e (m = 87,14; dp = 15,04).

A perda de peso para os participantes das reuniões (m = 56,33; dp = 34,03) foi maior do que as pessoas que não participam (m = 45,71; dp = 16,53), demonstrando que os sujeitos que participam das reuniões temáticas, apresentam maior redução de peso. A circunferência dos que participam das reuniões (m = 94,12; dp = 20,92) também foi menor do que os que não participam (m = 109,15; dp = 25,00). Já o tempo de reganho de peso não apresentou uma diferença positiva quanto à participação dos sujeitos nas reuniões temáticas.


O acompanhamento psicoterápico apresentou uma diferença positiva na perda de peso (m = 52,66; dp = 27,00) e no reganho de peso (m = 32,26; dp = 20,17) para os que possuem o acompanhamento, comparando-os com os que não fazem terapia (m = 45,13; dp = 18,54) e (m = 34,44; dp = 28,52). Assim, nestes requisitos, os participantes que têm acompanhamento terapêutico apresentam maior possibilidade de eliminar ou manter o peso.


Quanto à orientação nutricional observou-se uma diferença positiva, no reganho em tempo (m = 27,50; dp=9,84) e na circunferência (m = 99,71, dp = 21,79), para os que receberam e seguem as orientações nutricionais. Assim, os pacientes que tiveram acompanhamento nutricional apresentaram um maior tempo para início ao reganho de peso e possuíam uma menor medida na circunferência abdominal.


Quando analisamos os dados dos sujeitos, quanto à realização de atividade física, percebe-se uma diferença positiva no IMC (m = 29,51, dp = 4,48); no peso atual (m = 84,60, dp = 12,23); no reganho em tempo (m = 30,33, dp = 17,54) e na circunferência (m = 97,75, dp=18,02). Assim, verificou-se que os sujeitos que praticam atividade física apresentaram um menor IMC e, consequentemente, um menor peso atual. Como também, apresentaram um reganho de peso em um tempo maior e as medidas de circunferências menores, quando comparados aos dados dos sujeitos que não praticam as atividades.


Os melhores resultados mostraram que as reuniões a prática de atividades físicas, apresentaram os melhores resultados no geral. Quanto ao acompanhamento psicoterápico e nutricional os resultados não tiveram uma diferença positiva em todos os critérios, porém mostram uma tendência de melhoria nos resultados. Uma hipótese que pode ser defendida para os resultados dos últimos dois critérios é que as pessoas que estão fazendo esses tipos de acompanhamento estão com os resultados abaixo do esperado, como demonstrado na Tabela 1, o que pode ter sido o fator gerador da busca destes profissionais.


Análises correlacionais

A partir da Tabela 2 (Anexo 02), pode-se verificar quehá uma correlação negativa entre Autoafirmação e Conversação (r = -0,28; p < 0,10), o que indica que os participantes que possuem a habilidade social da Autoafirmação, possuem menor habilidade social de Conversação. Foi encontrada também, uma correlação positiva (r = 0,47; p < 0,05), da Autoafirmação com o enfrentamento, indicando que com a autoafirmação se possui uma melhor capacidade de enfrentamento, por apresentar a habilidade social da assertividade.


Encontrou-se ainda, uma correlação positiva (r = 0,33; p < 0,05) entre autocontrole e auto exposição. Assim, os sujeitos que possuem a habilidade social de autocontrole, que consiste em ter controle diante de agressividade e situações aversivas, apresentam mais competência na habilidade social da auto exposição, na qual o sujeito apresenta desenvoltura diante da exposição a novos eventos e novas relações interpessoais. Houve ainda uma correlação positiva entre autocontrole com o tempo que se deu o início ao reganho de peso (r = 0,35; p < 0,10), em que se percebeu que o controle diante das situações aversivas da vida cotidianaajudou no aumento do tempo de início do reganho de peso.


Foi encontrada uma correlação positiva entre auto exposição e o tempo de reganho de peso (r = 0,41; p < 0,05), a qual indica que os sujeitos que possuem a HS de auto exposição, a capacidade de se expor as novas situações e novos relacionamentos, tiveram um maior tempo para iniciar o reganho de peso.


A Tabela 2, também apresenta uma correlação positiva Conversação e IMC Atual (r = 0,27; p < 0,10), a qual mostra que nos participantes que possuem a capacidade da conversação e desenvoltura social, um aumento no IMC. Isso indica que os participantes que retratam situações sociais neutras apresentam um maior ganho de peso. A conversação também se correlacionou negativamente com o enfrentamento (r = -0,32; p < 0,05), indicando que os sujeitos mais neutros socialmente (característica da conversação) possuem menor capacidade de enfrentar as situações, o que pode também está relacionado com o resultado do IMC. Outra correlação positiva encontrada foi entre enfrentamento e perda de peso (r = 0,31; p < 0,10), ou seja, os sujeitos que possuem habilidade social de enfrentamento para novas vivências e relações intrapessoais novas, apresentam maior perda de peso.






Outra correlação positiva foi (r = 0,98; p < 0,001) entre a diferença do IMC e perda de peso, indicando quea diferença apresentada no IMC dos participantes está coerente com a diferença de peso apresentada dos sujeitos da pesquisa. Observou-se outra correlação negativa (r= - 0,58; p < 0,05) entre a diferença do IMC e o IMC atual, o que indica que quanto maior a diferença do IMC, menor o peso atual do sujeito. Uma correlação positiva foi constatada entre a diferença do IMC e a perda de peso (r = 0,86; p < 0,001), ou seja, quando maior essa diferença, mais se perdeu peso. Como também, encontrou-se uma correlação negativa (r = - 0,52; p < 0,05) entre a diferença do IMC e o peso atual, sendo que quanto maior essa diferença, mais se perdeu peso. Percebeu-se ainda uma correlação negativa entre a diferença do IMC e a circunferência (r = -0,35; p < 0,10), indicando que a diferença do IMC está diretamente relacionada à diminuição da circunferência abdominal.


Quanto à diferença de Peso e o Índice de Massa Corporal - IMC atual encontrou-se uma correlação negativa (r= -0,56; p < 0,05), a qual indica que quanto maior a diferença do peso, menor foi o IMC atual. Ainda foi encontrada uma correlação positiva entre a Diferença de Peso e Perda de peso (r = 0,89; p < 0,001), em que a Diferença de Peso apresentado pelos sujeitos reflete na quantidade de peso eliminado. Percebeu-se uma correlação negativa entre a perda de peso (r = -0,43; p < 0,05), indica que a Diferença de Peso influenciou na diminuição do peso atual.


Verificaram-se ainda correlações do IMC atual com a Perda de Peso (r = -0,36; p<0,10), a qual indica que quanto maior o IMC atual, menor foi à perda do peso; com o Peso Atual (r = 0,90; p < 0,001), o que indica que ambos aumentam juntos; e com a Circunferência abdominal (r = 0,62; p < 0,05), mostrando que o aumento no IMC reflete no aumento da circunferência abdominal.


Foi encontra do uma correlação positiva (r = 0,42; p<0,10) entre a perda de peso e o tempo de reganho de peso, que indica que a perda de peso dos participantes justifica o retardo no tempo que se iniciou o reganho de peso. Por fim, verificou-se uma correlação positiva (r = 0,69; p < 0,05) entre o peso atual e circunferência abdominal, indicando que o peso está diretamente relacionado ao aumento da circunferência.

Os bons hábitos alimentares apresentaram correlações negativas com a auto exposição (r = -0,25, p = < 0,10), com o IMC atual (r = -0,26, p < 0,10), com o peso atual (r = -0,35, p < 0,05) e com a circunferência (r = -0,55, p <0,01), indicando que quanto maior a habilidade social de auto exposição menores foram os bons hábitos alimentares, e ainda que esses bons hábitos contribuíssem para a diminuição do IMC, peso e da circunferência. De forma positiva houve uma correlação dos bons hábitos alimentares com a diferença do IMC (r = 0,26, p < 0,10), ou seja, quanto mais se adere aos bons hábitos alimentares, maior foi à diferença com o IMC anterior.


Já os maus hábitos alimentares se correlacionaram positivamente com o IMC atual (r = 0,37, p < 0,05), com a perda de peso (r = 0,34, p < 0,05), com o peso atual (r = 0,43, p < 0,05), com o reganho em tempo (r = 0,53, p < 0,05) e com a circunferência (r = 0,48, p < 0,05). O que no geral indica que os maus hábitos estão ligados ao aumento de peso (IMC ou peso real) e da circunferência, e ainda que mesmo com a perda de peso e o tempo do reganho, estes comportamentos se mantiveram. De forma negativa, houve uma correlação com os bons hábitos (r = -0,49, p < 0,01), indicando que um tipo de comportamento evita o outro.


7 DISCUSSÕES

Por meio das análises foi possível verificar que as reuniões temáticas sistemáticas e efetivas, com acompanhamentos específicos e direcionados a pacientes bariátricos, com rodas de conversas sobre os hábitos alimentares, orientações nutricionais específicas para bariátricos e atividades motivacionais para a aderirem à prática da atividade apareceu como fundamental para a redução de peso dos obesos e prevenir o reganho de peso pós cirurgia. Como confirma a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO (2016, p. 80) “o sucesso em longo prazo depende de constante vigilância na adequação de atividade física e de ingestão de alimentos, além de outros fatores, como apoio social, familiar e automonitorização”.

Diante desse contexto, a psicoterapia, a nutrição e as atividades físicas também precisam ser direcionadas ou focadas nas necessidades específicas do grupo em questão, o que é condizente com Cordioli (2008, p. 43): “os pacientes tratados com psicoterapia alcançam melhores resultados quando é realizada mediante explanações do próprio terapeuta, destinadas ao paciente”.


Pode-se defender, desta forma, que o acompanhamento pela psicoterapia, nutricionista e a adoção da prática de atividade poderão ser mais efetivos quando direcionadas especificamente para a realidade dos bariátricos, por se tratar de pessoas que são acometidas da doença da obesidade, a qual a medicina ainda não descobriu a cura, apenas tratamentos.


Esse posicionamento é referenciado pela ABESO (2009), quando defende que mesmo na ausência de perdas significativas de peso, a terapia comportamental pode reforçar, de maneira significativa, a manutenção da dietoterapia e de atividades físicas. A frequência do acompanhamento deve ser trabalhada com foco nas especificidades do paciente bariátrico e no tipo de cirurgia e comorbidades do paciente, aspectos importantes a serem considerados para a garantia da eficiência na prevenção e/ou combate do reganho do peso.


O estudo apresentou resultados positivos nas correlações entre habilidades sociais e o controle dos processos pós-bariátricos, como encontrada entre a auto exposição e o autocontrole. A habilidade social de se expor a pessoas e relacionamentos desconhecidos ou a situações novas, a qual inclui basicamente itens de situações que envolvem a abordagem a pessoas desconhecidas; quando adicionada à habilidade social do autocontrole, que cuida do controle da agressividade a situação aversivas, demandando controle da raiva e da agressividade, apareceu como habilidades imprescindíveis para os pacientes bariátricos. Assim, elas mostram-se como ferramentas necessárias para o enfrentamento das situações e desafios diários dos pacientes para a prevenção e/ou combate ao reganho de peso.


Outra correlação positiva encontrada no estudo foi autoexposição e o tempo de reganho de peso. Os pacientes que possuíam a habilidade social de se expor a novos eventos e situações demoraram mais tempo para o início do processo de reganho de peso.


A pesquisa apresentou que a habilidade social da conversação, que é a capacidade que o sujeito tem de desenvoltura social, as quais retratam situações sociais neutras de aproximação com risco mínimo de reação indesejável, demandando, principalmente, “traquejo social” na conversação, com domínio das normas de relacionamento cotidiano, aumenta a capacidade de flexibilização e negociação dos aspectos relacionados com o peso e os hábitos alimentares, aparecem como vilões para o aumento do IMC, influenciando diretamente no reganho de peso dos bariátricos.


O estudo revelou também, que a habilidade social de enfrentamento com risco reúne itens que retratam situações interpessoais em que a demanda de reação ao interlocutor caracteriza-se principalmente pela afirmação e defesa de direitos e de autoestima, com risco potencial de reação indesejável, de modo assertivo. Quando correlacionado positivamente com a habilidade social da autoafirmação na expressão de afeto positivo, que retrata demandas interpessoais de expressão de afeto positivo e de afirmação da autoestima, com riscos mínimos de reação indesejável, aparecem como ferramentas eficazes para manutenção de peso e diminuição da possibilidade do reganho de peso.


A pesquisa descreve a correlação positiva da habilidade social de enfrentamento com a perda de peso, mostrando-se importante para a redução do peso e/ou do reganho de peso, uma vez que o enfrentamento de riscos, com afirmação e defesa de direitos e de autoestima, ajuda os pacientes a se posicionarem diante das situações que surgem no cotidiano, como são os casos das práticas e hábitos alimentares.


O estudo revelou ainda uma correlação positiva entre a perda de peso e o tempo de reganho de peso, na qual para a maioria dos sujeitos da pesquisa a perda de peso retardou o reganho de peso, como esperado. Outra correlação mostrou o relacionamento entre o peso atual e a circunferência abdominal, pois revelou que o peso atual dos pacientes bariátricos está coerente com as circunferências abdominais encontradas nos sujeitos.


Por fim, a correlação negativa entre os bons e maus hábitos alimentares dos pacientes bariátricos, alvo da pesquisa, aponta para o fato que a adoção de um comportamento alimentar de qualidade impede que os maus comportamentos se proliferem.


Diante dos resultados, pode-se defender que as habilidades sociais podem apoiar nos processos pós-bariátricos, por exemplo, a habilidade social de enfrentamento, que se refere à capacidade de enfrentamento de problemas e situações imediatas e são esforços cognitivos-comportamentais, que levam o indivíduo a lidar com demandas internas e externas (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2003). No caso dos pacientes bariátricos, pode servir de apoio para desafiar as situações relacionadas aos hábitos alimentares que prejudiquem o controle do peso, como o controle da alimentação em festas e em companhia de pessoas que estejam ingerindo alimentos danosos.


Quanto à habilidade social da autoafirmação, que consiste em um conjunto de comportamentos emitidos por uma pessoa, num contexto interpessoal, no qual exprime os seus sentimentos, desejos e opiniões, ou ainda os seus direitos, de forma direta, firme e honesta, respeitando os sentimentos, atitudes e direitos dos outros (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2003), à luz dos hábitos alimentares, pode apoiar na assertividade frente a situações que podem prejudicar suas decisões pessoais de controle do peso e da obesidade, a exemplo de recusar convites danosos ou alimentar-se quando estiver sem fome.


A habilidade social de conservação e desenvoltura social refere-se à capacidade de se sair bem, em relações interpessoais e situações, que são marcadas, pelas restrições associadas ao preconceito, discriminação, rejeição e indiferença. No caso dos sujeitos essa relação precisará ser vista com cuidado uma vez que pode haver a flexibilização das metas de controle da obesidade em troca de uma boa convivência social. Por exemplo, o sujeito necessita ter metas bem definidas e autocontrole para resistir a situações de conversação que o levem ao descontrole do peso, como ansiedade, tristeza, solidão e culpa.


A habilidade social de autoexposição a desconhecidos ou a novas situações, que consiste no efeito social que as interações produzem é muitas vezes avaliado como adequado ou não. O comportamento socialmente competente é definido como aquele que as pessoas consideram apropriado em uma situação específica. Assim, duas pessoas podem comportar-se de maneiras totalmente diferentes em uma mesma situação, ou a mesma pessoa pode agir de maneiras diferentes em duas situações similares, e tais respostas podem representar o mesmo grau de habilidade social (CABALLO, 2003).


Nesse contexto, o que determina uma resposta socialmente hábil, muito mais que o comportamento específico, é a sua eficácia ou consequência numa dada situação, caracterizando-se por uma conduta eficaz socialmente e não-danosa. Dessa forma, pessoas bariátricas devem analisar os danos provenientes de situações sociais que podem ser nocivas aos seus objetivos, como o exemplo de situações em que o pós-bariátrico seja influenciado pelo comportamento dos demais.


A habilidade social do autocontrole visa reconhecer e nomear as emoções próprias e dos outros; falar sobre emoções e sentimentos; expressar emoções (positivas e negativas); acalmar-se; lidar com os próprios sentimentos; controlar o próprio humor; lidar com sentimentos negativos (vergonha, raiva, medo); tolerar frustrações; mostrar espírito esportivo. Esses são componentes indispensáveis da classe autocontrole e expressividade emocional (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2003). No caso dos hábitos alimentares dos pacientes bariátricos, pode-se defender que a habilidade de autocontrole é primordial na regulação das emoções e de situações ligadas a tristeza, solidão, culpa, medo e ansiedade.


8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo revelou que fazer terapia, ter acompanhamento nutricional e realização de atividade física, por si só, não garante o controle do peso e prolonga o tempo para início do reganho de peso. A eficiência da psicoterapia no tratamento da obesidade, especificamente no que se refere ao reganho de peso, está relacionado às estratégias e intervenções adotadas exclusivamente e direcionadas para pacientes bariátricos, orientadas por profissionais especialistas no assunto, com foco em acompanhamento sistematizado e constante. A adoção da Psicoeducação para instruir os pacientes quanto as etapa, as mudanças e responsabilidades exigidas ao paciente são imprescindíveis para garantir o sucesso da cirurgia.


Assim, um achado importante desta pesquisa foi a contribuição dos grupos temáticos para a manutenção do peso e/ou do tempo para o início do reganho de peso. Grupos de trocas de experiência, de autoajuda e psicoterapia grupal voltada especificamente para pacientes bariátricos se mostraram eficientes na manutenção ou redução do peso.

Dessa forma, a pesquisa aponta para a necessidade de capacitação dos profissionais que lidam com pacientes bariátricos (psicólogos, psiquiatras, endocrinologista, fonoaudiólogo, nutricionistas, preparadores físicos, entre outros). Estes precisam se especializar em tal demanda, de modo a garantir eficiência e eficácia do tratamento dos pacientes bariátricos.


Encontrou-se ainda que o comportamento alimentar dos pacientes bariátricos tem relação com as habilidades sociais, as quais têm impacto direto no aumento do Índice de Massa Corporal – IMC, do peso atual, bem como, justifica a redução do tempo para o início de reganho de peso pós cirurgia bariátrica.


Ressalta-se, porém, que o estudo possui algumas limitações como: o número de sujeitos participantes da pesquisa, que são moradores de uma única cidade; a dificuldade para coletar os dados devido às distancias geográficas da localização de cada participante; e a falta da disponibilidade de tempo dos participantes para responder os instrumentos.


De forma geral, pode-se defender que a pesquisa respondeu aos objetivos propostos e que merece uma continuidade e a ampliação de estudos com pacientes bariátricos, especificamente no que concerne às estratégias terapêuticas a serem adotadas; o treino de habilidades sociais, como ferramenta eficaz para a adoção de uma postura correta dos bariátricos frente ao seu cotidiano; os seus hábitos alimentares; assim como a ampliação da amostra com maior variedade geográfica e quantidade de sujeitos.


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ANEXOS

- Questionários

- Autorização do Comitê de Ética



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